domingo, 20 de abril de 2008

É então também isto, o Amor: a completude no olhar e no sorriso do outro, o antônimo da sua ausência e as lembranças boas que abancam, decididas, como um tia velhota que nos chegue para o chá. Lembranças douradas pela cortesia afável da nossa memória seletiva, dourar a pílula. É tão fácil voltar aqueles dias antes destes, quando tudo nos era ainda luminoso e carregado de possibilidades, de hipóteses que nunca chegamos a pôr em prática. Mais ou menos a partir de agora (desde sempre?) pagamos com a ausência no rosto o peso da lonjura dos outros, carregamos o fardo de termos sido tanto e tão pouco, só tanto (um dia). Não há descanso nem sossego no conhecimento, há apenas silêncio (sabes que te circulo nas veias e te segrego bílis e desprezo, por entre loopings e cambalhotas e gargalhadas nervosas).

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