segunda-feira, 3 de novembro de 2008

mil anos depois

“Pedimos somente um pouco de ordem para nos proteger do caos. Nada é mais doloroso, mais angustiante que um pensamento que escapa a si mesmo, idéias que fogem, que desaparecem apenas esboçadas, já corroídas pelo esquecimento ou precipitadas em outras que também não dominamos. São variabilidades infinitas cuja aparição e desaparição coincidem. São velocidades infinitas, que se confundem com a imobilidade do nada incolor e silencioso que percorrem, sem natureza nem pensamento. É o instante que não sabemos se é longo demais ou curto demais para o tempo. Recebemos chicotadas que latejam como artérias. Perdemos sem cessar nossas idéias. É por isso que queremos tanto agarrarmo-nos a opiniões prontas. Pedimos somente que nossas idéias se encadeiem segundo um mínimo de regras constantes, e a associação de idéias jamais teve outro sentido: fornecer-nos regras protetoras, semelhança, contigüidade, causalidade, que nos permitem colocar um pouco de ordem nas idéias, passar de uma a outra segundo uma ordem do espaço e do tempo, impedindo nossa “fantasia” (o delírio, a loucura) de percorrer o Universo no instante, para engendrar nele cavalos alados e dragões de fogo. (...) Diríamos que a luta contra o caos implica afinidade com o inimigo, porque uma outra luta se desenvolve e toma mais importância, contra a opinião que, no entanto, pretendia nos proteger do próprio caos.”

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Há um mês de amor, de muito amor!

Pensamentos que reúnem um tema

Estou pensando no pensamento das pedras das estradas sem fim
Pela qual pés de todas as raças, com todas as dores e alegrias
Não sentiram o seu mistério impenetrável,
Meu pensamento está nos corpos apodrecidos durante as batalhas
Sem a companhia de um silêncio e de uma oração,
Nas crianças abandonadas e cegas para a alegria de brincar,
Nas mulheres que correm mundo
Distribuindo o sexo desligadas do pensamento de amor,
Nos homens cujo sentimento de adeus
Se repete em todos os segundos de suas existências,
Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos
A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos.
Estou pensando um pensamento constante e doloroso
E uma lágrima de fogo desce pela minha face:
De que nada sou para o que fui criada
E como um número ficarei
Até que minha vida passe.
[
Adalgisa Nery]

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

...

" Os que fazem amor não estão fazendo apenas amor;
Estão dando corda ao relógio do mundo."

Mário Quintana

terça-feira, 12 de agosto de 2008


"Olhando para as páginas da minha vida lembranças apagadas de você e eu
Erros, você sabe que eu cometi alguns, arrisquei algumas coisas e caí de tempos em tempos, você estava lá pra me ajudar a superar.
Já estivemos por aqui algumas vezes, vou deixar tudo bem claro.
Pergunte-me como chegamos tão longe, a resposta está escrita em meus olhos
Toda vez que olho para você,vejo algo novo que me deixa mais animado do que antes e me faz te querer mais.
Não quero dormir essa noite, sonhar é uma perda de tempo quando olho o que a vida vem se tornando, tudo que faço é amar você.
Já vivi, já amei, já perdi, já paguei dívidas, já estivemos no inferno e voltamos.
Por tudo isso, você sempre é meu melhor amigo, por todas as palavras que eu não disse e todas as coisas que eu não fiz.
Hoje vou encontrar um jeito você pode acabar com o mundo todo
Você é tudo que eu sou somente leia as linhas no meu rosto
Tudo que faço é amar você."

quinta-feira, 3 de julho de 2008

"Inspiração dos meus sonhos, não quero acordar,quero ficar só contigo,
não vou poder voar, por que parar pra refletir se meu reflexo é você?
Aprendendo uma só vida, compartilhando prazer por que parece que na hora não vou agüentar, se eu sempre tive força e nunca parei de lutar?Como num filme no final tudo vai dar certo, quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto?

Pensa em mim que eu tô pensando em você
E me diz o que eu quero te dizer
Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos
E te falar, mais uma vez que te amo

O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempre, intimidades, brincadeiras, só a gente entende, pra quem fala que namorar é perder tempo eu digo: ha muito tempo eu não cresci o que eu cresci contigo.
Juntos no balanço da rede, sob o céu estrelado, sempre acontece, o tempo pará quando eu tô do seu lado, a noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejo,
como queria estar contigo eu paro e faço um desejo:

Pensa em mim que eu tô pensando em você.."

segunda-feira, 30 de junho de 2008

"Lóri, disse Ulisses, e de repente pareceu grave embora falasse tranqüilo, Lóri: uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio apesar de que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida. Foi apesar de que parei na rua e fiquei olhando para você enquanto você esperava um táxi. E desde logo desejando você, esse teu corpo que nem sequer é bonito, mas é o corpo que eu quero. Mas quero inteira, com a alma também. Por isso, não faz mal que você não venha, espararei quanto tempo for preciso."

quinta-feira, 26 de junho de 2008

"São nos teus olhos que eu vejo o oceano e o infinito pra eu navegar, me deixa alucinada só em te olhar, e me pergunto o que o destino me espera? Eu tenho medo de entrar de corpo e alma e me decepcionar, você tem todas as coisas pra eu me apaixonar mas te amar eu tenho medo.. quando eu amo eu amo pra valer me entrego demais, tenho medo de sofrer por esse amor e perder minha paz. E até quando eu vou ter você comigo? Te perder eu sei que não consigo.." (Rita de Cássia)

quarta-feira, 25 de junho de 2008


Vira e mexe nos deparamos com os mesmos sentimentos de antes, aqueles velhos e tristes problemas daí parece que vivemos em órbita girando em torno de uns vários corações (só que eles mudam de dono constantemente) , e quando tudo acontece você lembra de todos os outros que já passaram e fica só os flashs da vida, aqueles velhos beijos, as juras eternas, as promessas, o falso "eu te amo", o verdadeiro adeus. Na verdade, quando o coração esvazia tudo fica tão preto no branco, sem aventura nenhuma.
Aquela coisa de pega daqui e dali é tão gostoso, de começar nos beijinhos e terminar no cigarro é fascinante.. amor é arte, é pensar, sentir, beijar, gostar, se envolver, transar, olhar, dormir e sonhar nessa ordem, mas como tudo nem são flores nem apenas espinhos vem um vento forte e fim.
Se o sinal passar agora a verde ou o carro em sentido contrário for branco, se não chover até amanhã, o telemóvel tocar no próximo minuto, eu chegar em casa antes de ser noite ou se depois da esquina estiver alguém em pé à espera; se este cão atravessar a estrada ou o homem gordo me sorrir de volta, se o miúdo der a mão à mãe ao cruzar a passadeira, a farmácia estiver aberta e eu for atendida logo; se a nuvem em forma de oito não se desfizer em zeros ou se ainda houver o jornal de ontem na papelaria da esquina; se atrás do pombo ali pousado vier um outro, a seguir o amoroso trilho, ou se o locutor repetir a palavra hoje entre os dois noticiários; se aquela moto me ultrapassar antes de eu curvar para a esquerda ou se a matrícula da frente for ímpar, é porque você realmente gosta de mim, e assim acreditarei que podes me ajudar.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Cruzeiro do Sul


Com a mão direita e uma calma postiça, afastas a madeixa de cabelo que me desce ao rosto; colocas a outra mão por entre a alça do sutiã e estica como uma fisgada de ir aos pardais, me dedilhas até o umbigo, num som bom de Chopin; me percorres os nós dos dedos com a ponta da língua, como um chef que provasse uma receita nova e aferisse a medida exata de sal; engalfinhas ao redor da minha cintura e me enredas no interior das tuas pernas, enquanto me sussurras que o que fazes e aconteces e que isto e que aquilo; gargalhas alto, de modo quase inconveniente, essa tal inconveniência que eu adoro, quando não encontras roupa alguma nem interior, aproveita para te encaixar em mim como um teste; me faz cócegas, me faz rir, me faz amor e trocamos tudo em miúdos em dia de feriado. Somos os únicos ali e acabamos cansados, línguas de fora como cães, barrigas para cima a olharmos as estrelas do nada surgidas e o que será que está para além delas. Plenos, satisfeitos e indiferentes ao que não sabemos.

terça-feira, 10 de junho de 2008

Santa chuva


Vai chover de novo, deu na tv que o povo já se cansou
de tanto o céu desabar,
e pede a um santo daqui que reza a ajuda de
Deus, mas nada pode fazer se a chuva quer
é trazer você pra mim,
vem cá que tá me dando uma vontade de chorar, não faz assim,

não vá pra lá, meu coração vai se entregar à tempestade
Quem é você pra me chamar aqui se nada aconteceu?
Me diz, foi só amor ou medo de ficar sozinho outra vez?
Cadê aquela outra mulher? Você me parecia tão bem,
A chuva já passou por aqui, eu mesma que cuidei de secar,
Quem foi que te ensinou a rezar? Que santo vai brigar por você?
Que povo aprova o que você fez? Devolve aquela minha tv que eu
vou de vez,
não há porque chorar por um amor que já morreu,
deixa pra lá, eu vou, adeus.

Meu coração já se cansou de falsidade!

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Emoção e paixão


Emoção é um sentimento abrupto, súbito, repentino, arrebatador, que toma de assalto a pessoa, tal e qual um vendaval. Ao mesmo tempo, é fugaz, efêmero, passageiro, esvaindo-se com a mesma rapidez. A paixão ao contrário, é um sentimento lento, que, se vai cristalizando paulatinamente na alma humana até alojar-se de forma definitiva. A primeira é rápida e passageira, ao passo que esta última, insidiosa, lenta e duradoura. A emoção é vulcão que entra em erupção; a paixão, o sulco que vai sendo pouco a pouco cavando a terra, por forças das águas pluviais. A emoção é o gol marcado pelo seu time; a paixão, o amor que se sente pelo clube, ainda que ele já não lhe traga nenhuma emoção. A ira momentânea é a emoção, o ódio recalcado, a paixão. O ciúme excessivo, deformado pelo egoístico sentimento de posse, é a paixão em sua forma mais perversa. A irritação pela cruzada de olhos da parceira com um terceiro é pura emoção.

quarta-feira, 28 de maio de 2008


"ainda que dentro de mim as águas apodreçam e se encham de lama e ventos ocasionais depositem peixes mortos pelas margens e todos os avisos se façam presentes nas asas das borboletas e nas folhas dos plátanos que devem estar perdendo as folhas lá bem ao sul e ainda que você me sacuda e diga que me ama e que precisa de mim: ainda assim não sentirei o cheiro podre das águas e meus pés não se sujarão na lama e meus olhos não verão as carcaças entreabertas em vermes nas margens ainda assim eu matarei as borboletas e cuspirei nas folhas amareladas dos plátanos e afastarei você com o gesto mais duro que conseguir e direi duramente que seu amor não me toca nem comove e que sua precisão de mim não passa de fome e que você me devoraria como e devoraria você ah se ousássemos, não ousaria dizer que te vás, nem que te amo, apesar de tudo ser a mais pura verdade."

Ultimamente, todas as minhas reflexões sobre turbulências ou impasses em relacionamentos homem-mulher podem ser resumidas na frase-tema: É mais burralda quem varia as burrices com um mesmo homem ou quem varia os homens com as mesmas burrices? Cada vez mais eu tenho a certeza de que a primeira opção é a mais pura verdade.

Ser burra quando se ama é, no mínimo, natural. Mas acho que chega até a ser requisito básico: se você não comete burrices, não ama. E afirmo isso porque, mesmo quando não se é enganada/traída e se é plena e fielmente correspondida, só o fato de estar apaixonada faz com que cometamos aquelas bobeiras deliciosas da paixonite-aguda, tipo falar que nem criança ou fazer uma tatuagem com as iniciais do futuro-ex para depois tirar com laser.

Ou seja: a burrice é intrínseca ao ser humano que realmente ama. Então, nem me venha botar a culpa naquele safado que pegou a sua prima. A burrice é só sua, que acreditou nele. Se a virtude da burrice é sua, a culpa da burrice também é única e exclusivamente sua. (E nem adianta usar isso como desculpa pra tentar colocá-la em alguém, tipo “se é minha, eu a coloco em quem quiser”.)

Sendo assim, podemos concluir que burra você sempre vai ser, com as suas burrices características, pensando da mesma maneira e se iludindo com os mesmos sonhos. A única variável que resta nessa história é a outra pessoa. É dela que depende apenas um detalhe: se você é ou não deprimentemente burra.

O que estou tentando dizer é o seguinte…

Variar de homens com a mesma burrice significa simplesmente que você está sendo você mesma e, se ainda não deu certo com alguém, alguma hora você chega lá, encontrando alguém que te faça cometer apenas aquelas burrices boas de que falei. Você quebra a cara por uma boa causa, pelo simples motivo de que, se você não experimentar, você não vai saber. Tentativa e erro, só isso. Um dia acertamos, essa é a lógica da vida.

Por outro lado, se você varia as burrices (ruins) com o mesmo homem, acredite, você está sendo burra não no sentido burráldico/amoroso, mas no sentido literal e intelectual da coisa. Até porque, uma pessoa que te faz uma coisa ruim uma vez, vai fazer sempre. E, a não ser que você seja masoquista, isso não é nem um pouco legal. Olha, “colega”, até os hamsters aprendem que, quando tocam a campainha 1, ganham comida e, quando tocam a campainha 2, levam um choque – e param de apertar a tal da campainha 2. Por que você continuaria apertando?

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Ufa, que aqui já não estás. Chorei pelo dia que fostes. Saíste suavemente, pela ponta da língua, dos dedos, dos cabelos. Afinal, foi fácil, não tive de fazer nada. Te escoei, apenas. Vieste agarrado a umas poucas lágrimas, apanhaste boleia nelas, como se descesses uma onda, e escorreste pela minha cara até o chão. Eu, a fungar e a limpar o caminho, e tu, a saíres aos poucos: primeiro um braço, depois o outro, a seguir as pernas, os pés, o sorriso, depois você, inteiro. Não sei que fenômeno físico se deu, que reação química ocorreu, para que me desintoxicasse assim de você, finalmente frígida, finalmente fútil. Escorreu a vontade de te rever, esqueci aquilo que ainda achava ter para te dizer; esgotaram-se as saudades que éramos suposto, um dia destes a matar, com horas de conversa fiada e vista para o rio. Hoje, pergunto como foi possível, ter durado tanto tempo, aquele estranho amor invertebrado, teimoso e atrevido; ter marinado, curtido, defumado, assim, dentro de mim. Agora sou livre, constato, sem esforço: não mais as pernas apertadas de desejo nas curvas traiçoeiras da noite. Afinal, foi fácil, não tive de fazer nada, apenas deixar o tempo e a distância, obreiros do desamor, trabalharem entre nós, cavando a dissolução dos contornos do outro. Ufa, que aqui já não estás. Chorei. Coração já preenchido e você? Não mais.

A voz


Espera aí,
Nem vem com essa história
Eu nem quero ouvir
Não dá pra te esquecer agora
Como assim?
Você disse que me amava tanto ontem
Eu juro que ouvi
Calma aí!
Que diabo você tá dizendo agora?
Que onda é essa de outro lance pra viver?
Você nem pode tá falando sério
Vivi pra você
Morri pra você
Pois então vai
A porta esteve aberta o tempo todo, sai
O que está esperando? Você sabe voar
Então tá bom
É, senta e conta logo tudo devagar
Não minta, não me faça suportar
Você caindo nesse abismo enorme
Tão fora de mim
Tá legal
É, e eu faço o quê com a nossa vida genial?
Cê vai viver pra outra vida
E eu fico aqui
Na vida que ficou em minha vida
Tão perto de mim
Tão longe de mim
Pois então vai, a porta esteve aberta o tempo todo
Sai! Quem tá lhe segurando? Você sabe voar
Mas se quiser, vai
A porta na verdade nem existe, sai
O que está esperando? Você sabe voar De volta pra mim
De volta pra mim...

segunda-feira, 19 de maio de 2008


-Oi?!
-Oi.
-Quer dançar?!
-Não
-(choro) .. (choro)

Palavras tem poder, tão simples e tão intensas
Estou bem melhor, assim!

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Eu tinha medo de encontrá-lo e ser reincidente
Fraquejar de novo como antigamente, pelo recomeço do que teve fim...
Ao vê-lo eu tive a certeza que a dúvida acabou chorei, mas '' rindo, doeu mas passou
Você está vivo, mas morreu pra mim...
O tempo que me abriu os olhos me fez despertar, ninguém é cego a vida toda podendo enxergar
O nosso romance acabou num passe de mágicas como personagens dessa história trágica!
Fomos namorados hoje somos ex...foi muito melhor ficar 'sem', do que ficar 'com'
Tentar foi um erro, acabar foi bom
Quem gosta por dois padece por três
Eu tenho emendado as juras que você quebrou
A vida não pára só porque que a gente parou...
Eu era refém do seu corpo você do meu beijo
Se sobrou ciúmes, se faltou desejo agora é passado recordar pra que?
Estamos novamente livres em novo endereço, toda liberdade tem que ter um preço
E eu ganhei a minha perdendo você!
O tempo que me abriu os olhos me fez despertar ninguém é cego a vida toda podendo enxergar
Você não é mais meu Deus nem eu sou sua ninfa
E a gente partiu dividindo um nós, por dois eus...

terça-feira, 13 de maio de 2008




Porque me atrevi aos beijos que te dei, nem eu o sei. Apenas guardo comigo a consciência quase dolorosa de que, por ti, teria atrevido cada vez mais, me entregado cada vez mais, te queria cada dia um pouco mais te amado assim e sempre. Tenho em mente cada momento soberbo vivido e por ti um amor atrevido. Ou teria apenas acabado ainda mais cedo, num degelo precoce das nossas vontades alfandegárias? Perplexamente te amo.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Parabéns a minha falta de criatividade neste exato momento.

terça-feira, 6 de maio de 2008


''Ah, se já perdemos a noção da hora se juntos já jogamos tudo fora me conta agora como hei de partir. Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios rompi com o mundo, queimei meus navios me diz pra onde é que inda posso ir ?! Se nós, nas travessuras das noites eternas já confundimos tanto as nossas pernas diz com que pernas eu devo seguir?! Se entornaste a nossa sorte pelo chão se na bagunça do teu coração meu sangue errou de veia e se perdeu.. Como, se na desordem do armário embutido meu paletó enlaça o teu vestido e o meu sapato inda pisa no teu.. Como, se nos amamos feito dois pagãos teus seios inda estão nas minhas mãos me explica com que cara eu vou sair?! Não, acho que estás só fazendo de conta te dei meus olhos pra tomares conta agora conta como hei de partir''


Eu te amo do velho Chico Buarque

segunda-feira, 5 de maio de 2008


Dá-me um sinal de que também tu andas meio coxo, os tornozelos do coração torcidos de tanto tropeçares nas sarjetas do tempo e te enfiares nos buracos do caminho de cabras que é esta nossa história, mais além mais aquém. Mostra-me que ainda me tens agarrada à pele e que de nada te valeu tentares esfoliar-me e que, por mais duchas que tomes à noite, te deitas por vezes comigo. Sei que não sabes que estas palavras são minhas e que só por um acaso me descortinarias aqui. E, a tropeçares em mim, te vejo em dúvida, será ela? Não, não sabes: não podes saber, afinal, quantos milhões de pessoas mundo a fora se terão já apaixonado e vagado assim à toa, desencabrestadas e a açoitar a dor pelos dedos, a reboque de um timming filho da puta, impossível de vergar à sua vontade? Sou apenas mais uma das que sofrem de um Amor ao mesmo tempo estigmático e míope: que se dá mal ao longe e não se enxerga (dá-me um sinal).

sábado, 3 de maio de 2008


Mais um dia em que me embalo e aconchego no quentinho das lembranças e das vontades por cumprir, que nascem do rasto mentiroso das primeiras. Não sei se te dê a mão e te pegue ou te deixe na roda do convento para que outras te amparem, ou então te esqueça para sempre no canto mais remoto do infantário, enroscado no teu umbigo a murmurares colo. Não sei se te puxe, se te empurre, se te amarre uma venda e te rodopie obrigando-te à cabra cega, ou se te dê o peito e te alimente como uma loba que se rói de prazer e saiamos por aí a fundar cidades, daquelas importantes, rodeadas de portos marítimos bons para o comércio e para as guerras. Dava-me um jeito danado, esquecer-me da superlatividade dos teus beijos. Acredita que deitaria muitas menos palavras fora.



"Sempre lhe faltara o sentido de orientação.Não se espantou portanto, por tão facilmente se ter perdido nos seus braços"

quarta-feira, 30 de abril de 2008

.

Caminhamos ao encontro do amor e do desejo.
Não buscamos lições nem a amarga filosofia que se exige da grandeza.
Além do sol dos beijos e dos perfumes selvagens.
Tudo o mais nos parece fútil.

quarta-feira, 23 de abril de 2008



.. Por favor, não me empurre de volta ao sem volta de mim,há muito tempo estava acostumado a apenas consumir pessoas como se consomem cigarros, a gente fuma, esmaga a ponta no cinzeiro, depois vira na privada, puxa a descarga, pronto, acabou. Desculpe mas foi só mais um engano? E quantos ainda restam na palma da minha mão? Ah, me socorre que hoje não quero fechar a porta com essa fome na boca..
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..
E lembra-te :
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.

Lembras..


De quando pulávamos no campo; da bola a acertar as poças de chuva, a imaginarmo filhos sardentos à beirinha de uma casa de praia bordada a cães rafeiros e sardinheiras, quando nem sabíamos como se faziam filhos. Tu juravas uma qualquer coisa eterna, que não era amor mas também não era eterna e se durasse até ao toque para a aula de matemática já seria muito, seria demais. Davamos as mãos às escondidas e os dedos picavam-se, dormentes, quando os separávamos à pressa ao vislumbre do vigilante, um bruto persistente com bico de águia no lugar do nariz. Valiam os recantos em obras, a casa de banho das meninas, as traseiras do ginásio e a antecâmara da sala de música, onde o mofo nos enluvava as línguas, o escuro soltava-nos a vergonha e nós nos tacteávamos de bocas lambuzadas como chupas e engolíamos o travo acre dos primeiros cigarros do outro.

terça-feira, 22 de abril de 2008



Meu coração vagabundo tá querendo te ver, se desprendeu do meu peito e só pensa em você, a cada hora que passa aumenta o querer, se for assim desse jeito vai me convencer..
Quero teu corpo suado colado em cima do meu, quero você sussurrando e dizendo que eu sou seu, quero tua boca na minha e teu cheiro no meu prazer, quero deitar do teu lado e acordar com você, meu coração vagabundo voltou-se contra o meu querer ele era de todo mundo e agora só quer você, já tá selado seu jeito seu nome no meu amor é só me dar um sorriso e me chamar que eu vou!

segunda-feira, 21 de abril de 2008


Se me perguntas, digo que sim, que podes falar à vontade, que nada me constrange nem me faz mudar de cor. Estou habituada a seguir em frente pelos terrenos por ti minados e em manter esta aparência fresca de quem acabou de sair do cabeleireiro depois de um mergulho na praia. Mesmo quando me rebentas sob os pés, estilhaçada continuo. À suspeita de uma mina mal-enterrada ou ao vislumbre de uma granada de mão, nem me tento desviar, não me abrigo nem me cubro a cabeça com os braços: avanço resoluto e piso o teu chão com mais força ainda, como se te esmagasse a felicidade sem mim que teimas em embandeirar em arco.

domingo, 20 de abril de 2008

É então também isto, o Amor: a completude no olhar e no sorriso do outro, o antônimo da sua ausência e as lembranças boas que abancam, decididas, como um tia velhota que nos chegue para o chá. Lembranças douradas pela cortesia afável da nossa memória seletiva, dourar a pílula. É tão fácil voltar aqueles dias antes destes, quando tudo nos era ainda luminoso e carregado de possibilidades, de hipóteses que nunca chegamos a pôr em prática. Mais ou menos a partir de agora (desde sempre?) pagamos com a ausência no rosto o peso da lonjura dos outros, carregamos o fardo de termos sido tanto e tão pouco, só tanto (um dia). Não há descanso nem sossego no conhecimento, há apenas silêncio (sabes que te circulo nas veias e te segrego bílis e desprezo, por entre loopings e cambalhotas e gargalhadas nervosas).

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Que vergonha, agora, quando penso nos disparates confessados, nas juras de amor sôfregas, remoídas na solidão do quarto, as paredes a fazerem-te as vezes. Que vergonha,tantos despudor e promessas aos santinhos da minha devoção, para que te pusessem no meu caminho, para que não pudesses viver sem mim. Que tolice, tantos impropérios gritados em silêncio, as febres, a fome, o choro contido nos entremeios dos lençóis. Eu, amarrotada, como os lençóis. Que perda de tempo, a pedicite desnecessária, a choraminguice, o beicinho inútil. A paixão é uma cegueira danada, uma solidão desmiolada, egoísta, absorta, desligada. A paixão afugenta o bom-senso, a razão e a bondade das coisas, de todas as coisas. Enquanto ilumina o outro como um vitral de igreja e o refrata para todos os lados, num bailado colorido, acinzenta e esbate as formas do que é importante. É injusta, mentirosa e supérflua. Mas, um dia, estranhamente, quando menos esperamos, o nosso eu adormecido, o capaz de amar mesmo algures alguém e muito, desperta do sono envenenado como a princesa de uma fábula; sacode dos ombros os restos do seu sonho moribundo e acorda para a vida verdadeira, para os caminhos sinuosos do Amor de Fato, aquele que sobrevive nos meandros entediantes das afecções diárias. A paixão é um rebate falso, uma promessa de nada, uma perda de tempo e de saúde, dez passos à retaguarda, cinco à caranguejo. Por isso, regozija-te: estou finalmente acesa para a vida e alegremente te digo, nunca saberás o que perdeste.

Divirto-me a trepar e a descer a hierarquia dos meus amores, como se me empoleirasse numa daquelas escadas de pintor com dois lados, no meio de uma sala entulhada de berimbegues coloridos, a minha vida está cheia. Percebo que todos sem exceção foram amores, sempre atrevidos, alguns desmesurados e excessivos, como os saltos das botas que gosto de usar ou as palavras com que gosto de me enterter. Noto, beliscando-me a pele da memória, que nenhum me foi especialmente doloroso, mas também nenhum me foi indiferente: ainda hoje, gosto de todos, amavelmente, só não gosto ti. Reparo que não te enquadras na fotografia de grupo, não és uma daquelas caras sorridentes que me brindam de copo no ar e no entretanto balanço-me no escadote, escalando e deixando para trás, aos meus amores. Tu, vejo agora, estás num dos cantos da sala vazia, os jornais espalhados pelo assoalho a proteger dos pingos de tinta como nos protegemos das lágrimas. Olhas-me do vértice onde te páras e um raio oblíquo de sol parte-te ao meio o sorriso complacente, deixa medir-se os amores que foram os outros, é deixar... está entertida, isto passa. Às tantas levantas, aproximas-te de mim, com um encolher de ombros, desatas a pintar-nos em todos os sentidos e a várias demãos: os outros, os degraus, a estrutura de alumínio, os outros (salpicas-me o pé esquerdo, vale que a tinta é de água). Só tu, para, num ápice (enquanto o Diabo esfrega um olho, aquele onde lhe caiu um pingo de tinta grosso), fazeres desaparecer todos o resto.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Liga-me, e eu não acredito, deve ser engano, as linhas que se trocaram, o teu dedo que escorregou para o meu contato já esquecido. Liga-me, e eu penso que não, que não vou atender, que devo estar a ver mal, que só podes estar a brincar, que é primeiro de abril, dia das bruxas, a sentir-me tola, idiota paralisada, emparedada no tom de toque, à espera que desistas, que percebas o erro e que o telefone se cale. Liga-me, e eu a olhar para o nada, pasmada, transida, está nos apanhados. Liga-me, e eu a cismar no que poderás crer: um livro teu que ficou na estante, um cedê enfiado na aparelhagem da sala, umas calças perdidas no cesto da roupa, um relógio escondido na gaveta da comoda (uns beijos teus no meu corpo, guardados, esquecidos, vestidos de pó), uma assinatura necessária num papel oficial. Liga-me, te devo dinheiro?, me deves desculpas?; se calhar vais casar, ter um filho (vais ter gêmeos); quem sabe um acidente, alguém que morreu, um escândalo, uma revolução, um cataclismo atômico à escala mundial. Liga-me, e eu a pensar que apostaste com um amigo que eu atenderia logo, que assim empatas o tédio, que sorris com maldade para outra, deitada ao teu lado, enquanto enches o peito fútil à espera que eu atenda e fale, a palavra, vais ver. Liga-me, e eu por segundos imagino a conversa e treino a compostura, recolho um soluço que me empata o ar, carrego um canino sobre o lábio inferior, quase sangro nem noto, e fecho a boca para que por ela não me saia, disparado, o coração aflito. Liga-me, e eu não atendo, poupo-te ao embaraço e ao inferno das explicações, aos olás de circunstância, deixo que toques e toques e que vás por fim parar às mensagens. Liga-me, e eu espero, desejo e espero, que despejes para um gravador o teu erro, o teu tédio, o teu gozo, os pedidos, as desculpas, as incríveis novidades do mundo ou, quem sabe, a precisão dos beijos empoeirados que esqueceste e deixaste em mim.

quarta-feira, 16 de abril de 2008


"Um cantinho e um violão este amor, uma canção
Pra fazer feliz a quem se ama
Muita calma pra pensar e ter tempo pra sonhar
Da janela vê-se o Corcovado o Redentor que lindo
Quero a vida sempre assim com você perto de mim
Até o apagar da velha chama..
E eu que era triste descrente deste mundo
Ao encontrar você eu conheci o que é felicidade meu amor"
'E tive-te, atrás do espelho, todas as manhãs da minha vida. Porque foi sempre para ti que me quis bonita, mesmo nos dias escuros. É em ti que penso, quando escolho a roupa ou escovo o cabelo, todos os dias. Na possibilidade de te encontrar, no acaso de uma esquina. (...) porque não havia de te encontrar? Queria ser a mesma, nesse encontro. A mesma, com a luz das rugas que me faltavam no tempo em que nos metíamos por dentro do corpo um do outro como se sozinhos fôssemos apenas pedaços de um corpo mutilado.
Adormeci todas as noites da minha vida nos teus ombros estreitos de adolescente eterno. (...) deixaste de me procurar. Creio que te fazias encontrado comigo, mas como eu também me fazia encontrada contigo, nunca cheguei a ter a certeza de que, de fato, me procuravas. Repetir-me-ias muitas e muitas vezes que não eras talhado para a vida conjugal. (...) Pouco importa. Posso ter inventado tudo, menos o fulgor perfeito dos nossos corpos juntos. Uma vida inteira não basta para apagar da pele o peso magnífico desse fulgor. Só sexo, disseram-me as amigas íntimas, quando eu ainda chorava com elas a saudade do êxtase.(...) deixei de te fazer declarações de amor. Julgava-me madura, ardilosa - pensava que bastava prescindir das palavras para não te perder. Mas não eram as minhas palavras que te perdiam. (...) Se eu contasse às minhas amigas que as tuas palavras eram estas, apenas estas, sussurradas com um sorriso trocista de timidez, elas fariam troça de mim. De nós. Por isso contei apenas o essencial: que tu me fazias sentir bela. Que conseguiste que eu me sentisse bela a vida inteira.(...) Um dia desisti de ti. Tive medo de deixar de fazer parte do mundo, de continuar sozinha contigo, só sexo. Conheci um homem que seria indigno trair, um homem que me seduziu porque era o oposto de ti. E decidi ser feliz..."

terça-feira, 15 de abril de 2008

Fora da Rotina


Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de Deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu

Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com Deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus

Sem fantasia
Chico Buarque/1967

segunda-feira, 14 de abril de 2008


Nunca acreditei no ditado, "só se esquece um amor com um outro" e agora confirmo com total convicção que é a mais pura verdade, e parece até que o amor é bem mais avassalador que todos os outros que você já viveu. Estou apenas amando!

"Você é bem como eu
Conhece o que é ser assim
Só que dessa historia
Ninguém sabe o fim
Você não leva pra casa
E só faz o quer
Eu sou seu homem
Você é minha mulher"


segunda-feira, 7 de abril de 2008


Nenhuma pedra, decidiu. E virou a garrafa outra vez no copo. Aprendera com ele, nem gostava antes. Tempo perdido, pura perda de tempo. E não me venha dizer mas que teve bons momentos, não teve não? A cabeça dele abandonada em seus joelhos, você deslizando devagar entre os cabelos daquele homem. Pudesse ver seu próprio rosto: nesses momentos você ganhava luz e sorria sem sorrir, olhos fechados, toda plena. Isso não valeu Adelina?

Bebeu outro gole um pouco sofrêga. Precisava apressar-se, antes que a quinta virasse Sexta-Feira Santa e os pecados começassem a pulular na memória feito macacos engaiolados: não beba, não cante, não fale nome feio, não use vermelho, o diabo está solto, leva sua alma para o inferno. Ela já estava lá, no meio das chamas, pobre alminha, nem dez da noite, só filmes sacros na tevê, mantos sagrados, aquelas coisas, Sexta-Feira da Paixão e nem sexo, nem ao menos sexo, isso de meter, morder, gemer, gozar, dormir. Aquela coisas frouxa, aquela coisa gorda, aquela coisa sob os lençóis,aquela coisa no escuro,roçar molhado de pêlos,baba e gemidos depois de - quantos mesmo? - cinco, cinco anos. Cinco anos são alguma coisa quando se tem quase quarenta, e nem apartamento próprio, nem marido, nem filhos, herança: nada. Ponto seco, ponto morto.

domingo, 6 de abril de 2008


"Chorar por tudo que se perdeu, por tudo que apenas ameaçou e não chegou a ser, pelo que perdi de mim, pelo ontem morto, pelo hoje sujo, pelo amanhã que não existe, pelo muito que amei e não me amaram, pelo que tentei ser correto e não foram comigo. Meu coração sangra com uma dor que não consigo comunicar a ninguém, recuso todos os toques e ignoro todas as tentativas de aproximação. Tenho vontade de gritar que esta dor é só minha, de pedir que me deixem em paz e só com ela, como um cão com seu osso".

sábado, 5 de abril de 2008

Lei de Murphy

"Não, feliz eu não estou, sai pra lá mazela, todo dia é uma coisa a mais ou a menos pra mim, e os dias? Até parece que todos eles são domingos chuvosos, ah coração bandido, parece que sempre escolhe o caminho errado, ruim não é meu coração ruim sou eu mesmo que me deixo levar por essa merda toda, vai uma cerveja?Me embreagar pra que?Se quando a sensação acaba parece que as coisas voltam piores, porque bêbo só faz merda..cigarro? Não essa porra ainda me mata um dia, vou me relaxar debaixo das minhas tristezas, me embebedando de toda essa minha loucura, com café ou chá, por que isso? Acaba não, acaba não!"
"Mas, eu quero dizer, e ele me corta mansa, claro que você não tem culpa, coração, caímos exatamente na mesma ratoeira, a única diferença é que você pensa que pode escapar, e eu quero chafurdar na dor deste ferro enfiado fundo na minha garganta seca que só umedece com vodka,me passa o cigarro, não, não estou desesperada, não mais do que sempre estive, nada especial, baby, não estou louca nem bêbada, estou é lúcida pra caralho e sei claramente que não tenho nenhuma saída, ah não se preocupe, meu bem, depois que você sair tomo banho frio, leite quente com mel de eucalipto, ginseng e lexotan, depois deito, depois durmo, depois acordo e passo uma semana a banchá e arroz integral, absolutamente santa, absolutamnte pura, absolutamente limpa, depois tomo outro porre, cheiro cinco gramas, bato o carro numa esquina ou ligo para você às quatro da madrugada e alugo a cabeça dum panaca qualquer choromingando coisas tipo preciso-tanto-uma-razão-para-viver-e-sei-que-essa-razão-só-está-dentro-de-mim-bababá-bababá e me lamurio até o sol pintar atrás daqueles edifícios sinistros, mas não se preocupe, não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?"

"Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo meu deus como você me doía de vez em quando, eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada só olhando e pensando meu deus mas como você me dói de vez em quando."

sexta-feira, 4 de abril de 2008


Acabou, nem um pouco simples!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

sozinha


"Preciso que haja mudança em meu peito, preciso que haja esquecimento em minha mente, e que haja um pouco menos de dor no meu coração! Ainda lembro de você, e de coisas que eu não queria lembrar, apenas pra te esquecer, mas parece que a cada canto do meu mundo cabe um pedaço das tuas atitudes!"
"Mente ao meu coração, que cansado de sofrer, só deseja adormecer na palma da tua mão..
conta ao meu coração história das crianças para que ele reviva as velhas esperanças
Mente ao meu coração, mentiras cor de rosa que as mentiras de amor não deixam cicatrizes,
e tu és a mentira mais gostosa, de todas as mentiras que tu dizes"

Levando a vida numa boa


A felicidade requer trabalho, mas não um trabalho intenso, como acredita a maioria das pessoas. Acima de tudo, a felicidade requer que se preste atenção à vida.
No mundo de hoje é muito fácil a gente esquecer das coisas importantes que contribuem para a felicidade e ir atrás daquelas que não contribuem.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Carta ao leitor

L.C.

Meu erro foi não seguir meus princípios.Foi esquecer o que sou e me deixar levar. Foi deixar que uma noite me tirasse teu sorriso. Meu erro foi esquecer que você existe. Foi permitir que a raiva me dominasse. Foi esquecer da tua importância pra mim, foi enfim, te magoar. Peço hoje que me perdoe e se um dia puder, volte a confiar em mim. Sei o quão grave foi o meu erro, mas você pra mim é incondicional!
Eu te amo muito

R.M.


"Lembrar é fácil!Difícil é te esquecer.. vamos tentar de novo?Você sabe que eu te amo!"

Em pleno dia da mentira...difícil é acreditar!

Fato



“Estou desorganizada porque perdi o que não precisava? Nesta minha nova covardia – a covardia é o que de mais novo já me aconteceu, é a minha maior aventura, essa minha covardia é um campo tão amplo que só a grande coragem me leva a aceitá-la –, na minha nova covardia, que é como acordar de manhã na casa de um estrangeiro, não sei se terei coragem de simplesmente ir. É difícil perder-se. É tão difícil que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me mesmo seja de novo a mentira que vivo.”

terça-feira, 1 de abril de 2008

Quando Nietzsche chorou

Cara Lou


Não escrevas cartas como aquela para mim! Que tenho a ver com essa desventura? Gostaria que pudesses te elevar diante de mim de modo que não tivesse que te desprezar.
Mas Lou! Que tipo de cartas estás escrevendo? Colegiais ávidas por vingança escrevem assim! Que tenho a ver com essa lástimas? Por favor, compreende, quero que te eleves diante de mim, não que te reduzas. Como posso perdoar-te se não reconheço mais aquele ser em ti pelo qual poderias chegar a ser perdoada?
Não, cara Lou, ainda estamos a uma longa distância do perdão. Não posso sacar o perdão de minhas mangas depois que a ofensa teve quatro meses para penetrar em mim.
Adeus, cara Lou, não te verei novamente. Protege tua alma de tais ações e pratica o bem para os outros e, especialmente para o meu amigo Rée, o que não pudeste fazer de bom para mim.
Não fui eu quem criou o mundo e, Lou, gostaria de ter criado - então, conseguiria suportar toda culpa por terem as coisas entre nós tomando o rumo que tomaram.
Adeus, cara Lou, não li tua carta até o fim, mas já havia lido demais...

F.N.

segunda-feira, 31 de março de 2008


"Vai minha tristeza, e diz a ela que sem ela não pode ser, diz-lhe numa presse que ela regresse que eu não posso mais sofrer,chega de saudade, a realidade é que sem ela não há paz não há beleza é só tristeza e melancolia que não sai de mim não sai de mim não sai.."

A única coisa que me restou mesmo foi o sabor, sabor não, fins não tem gosto de nada, quer dizer tem, aquele gosto meio amargo apreciado por alguns...a princípio fica aquele vazio, mas é apenas início, depois vem a dor, depois saudade, e depois? Espero que mais nada.
Na parte vazia, você se sente inutil, fria, quase em perfeita harmonia com os mortos. Na parte da dor você sente a 'dor' da forma mais específica possível. Saudade; você por mais que tenha vivenciado coisas ruins, momentos dificeis, mas não há aquela ex apaixonado que não sinta falta daqueles momentos apaixonantes, espero apenas que não exista o depois.




"Por mim, e por vós, e por mais aquilo que está onde as outras coisas nunca estão, deixo o mar bravo e o céu tranqüilo: quero solidão."

domingo, 30 de março de 2008

A um ausente..a você que é o ausente

Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora. Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair. Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas. Que poderias ter feito de mais gravedo que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada? Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança. Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.. [Drummond]

um reinício da minha..



Escreva a sua história na areia da praia, Para que as ondas a levem através dos 7 mares. Ate tornar-se lenda na boca de estrelas cadentes. Conte a sua história ao vento, Cante aos mares para os muitos marujos; cujos olhos são faróis sujos e sem brilho. Escreva no asfalto com sangue, Grite bem alto a sua história antes que ela seja varrida na manha seguinte pelos garis. Abra seu peito em direção dos canhões, Suba nos tanques de Pequim, Derrube os muros de Berlim, Destrua as cátedras de Paris. Defenda a sua palavra, A vida nao vale nada se você nao viver uma boa história pracontar.