segunda-feira, 5 de maio de 2008


Dá-me um sinal de que também tu andas meio coxo, os tornozelos do coração torcidos de tanto tropeçares nas sarjetas do tempo e te enfiares nos buracos do caminho de cabras que é esta nossa história, mais além mais aquém. Mostra-me que ainda me tens agarrada à pele e que de nada te valeu tentares esfoliar-me e que, por mais duchas que tomes à noite, te deitas por vezes comigo. Sei que não sabes que estas palavras são minhas e que só por um acaso me descortinarias aqui. E, a tropeçares em mim, te vejo em dúvida, será ela? Não, não sabes: não podes saber, afinal, quantos milhões de pessoas mundo a fora se terão já apaixonado e vagado assim à toa, desencabrestadas e a açoitar a dor pelos dedos, a reboque de um timming filho da puta, impossível de vergar à sua vontade? Sou apenas mais uma das que sofrem de um Amor ao mesmo tempo estigmático e míope: que se dá mal ao longe e não se enxerga (dá-me um sinal).

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